domingo, 26 de julho de 2009

Avaliação final

A primeira aula de TAE de Língua Portuguesa, foi um terror. (risos) Lembro-me como se fosse hoje, o professor Ivanildo dizendo que iríamos ter que construir um blog, antes do dia 30 de Abril, para iniciar uma avaliação progressiva e contínua, onde a cada semana teríamos que sintetizar o conhecimento adquirido em sala de aula.
Foi uma reclamação geral, principalmente do "grupinho" do décimo período.
Angústia, revolta, discussão, enfim, tudo devido a este blog. Porém, hoje percebo que, de certa forma, esta nova forma de avaliar não foi tão ruim assim, pois pude, mesmo que às vezes contrariada, ler e reler textos e anotações e sintetizar de forma coerente o meu conhecimento, o que me facilitou muito, por exemplo, a construção desta avaliação, além de ter contribuido infinitamente para que minha percepção como professora de educação infantil fosse questionada e reorganizada.
Passou!!!!!!! Assim, como os estágios, os relatórios, e a tão comentada monografia, que por sinal, ainda não está totalmente pronta , mas tenho fé que vai ficar antes do prazo final .

Desta forma, esta avaliação formativa, que visou propiciar a sistematização intencional dos diversos temas debatidos, parece ter atingido seu objetivo, fazendo-me perceber que, na verdade, avaliar não diz respeito a atribuições de notas, mas sim a percepção acerca das dificuldades eminentes no processo e que precisam ser solucionadas o quanto antes, visando atingir objetivo central, que seria a assimilação dos conteúdos propostos.

Foi possível ainda compreender e valorizar a questão da inovação em sala de aula e desta inserção tecnológica como auxiliadoras deste processo, principalmente quando fazemos parte de uma escola tão precária e abandonada quanto a brasileira, onde as políticas públicas negam a importância destes estabelecimentos para a formação e desenvolvimento de um nova sociedade.

Assim, apesar das dificuldades, consegui criar mais do que um blog, desenvolvi e refleti acerca de diversas questões que me propiciaram a aquisição de um pensamento mais crítico acerca do ensino direcionado as crianças de 0 a 6 anos.
Além disso, pude me inteirar de forma divertida com os novos mecanismos tecnológico tão utilizados e valorizados pelos jovens e pelas crianças contemporâneas, que às vezes parecem saber mais do que um adulto sobre a utilização destas máquinas.

Entretanto, cabe parabenizar a pessoa que teve a coragem de inovar e enfrentar um batalhão de mulheres estressadas (risos), visando colocar em prática esta avaliação tão inovadora. Parabéns professor Ivanildo! Diante das circunstâncias, que nem sempre forma favoráveis, você soube perseverar. Espero um dia, sinceramente, colocar em prática idéias como esta em meu cotidiano.

Síntese do aprendizado alcançado neste período

Esta postagem tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca das aulas propostas pelo professor Ivan durante este período, onde se cursou a disciplina Tendências Atuais do Ensino de Língua Portuguesa para crianças da educação infantil.
Mediante observação da ementa curricular, pode-se perceber que gradativamente os objetivos lá expostos foram alcançados, pelo menos com relação a minha pessoa.
Durante as aulas os processo de aquisição da leitura e escrita, de alfabetização e letramento, assim como seus conceitos, e também a reflexão acerca de que tipo de ensino deve ser oferecido as crianças, foram muito bem debatidos e assimilados, já que hoje sou capaz de perceber e compreender que a aquisição da escrita e da leitura pela criança de 0 a 6 se dá mediante a um processo que se subdivide em quatro níveis: Garatuja (a criança escreve utilizando bolinhas, pauzinhos), pré-silábico (percebe as letras como mecanismo fundamental para a escrita do texto, mesmo que ainda não tenha noção de como utilizá-las), silábico (Escreve palavras, porém ainda troca ou esquece algumas letras) e finalmente o nível alfabético (a escrita é "perfeita").
Devido a esta percepção, o professor deve valorizar todo tipo de escrita apresentada pelas crianças de várias idades mesmo que estas se dêem de forma contraditória ou ilógica para o adulto.
A bagagem cultural da criança e seus conhecimentos prévios também devem ser valorizados, já que esta não é mais vista como uma tábua rasa ou um ser sem luz, mas sim como um ser humano pensante e crítico, capaz de participação e opinar de maneira interessante sobre assuntos diversos.
A criança na escola de hoje tornou-se o centro do processo de ensino, ou seja, será ela que direcionará as formas de ensino a serem utilizadas, fazendo com que o professor esteja atento a suas curiosidades e questionamentos, visando, desta forma, incerir os conteúdos programáticos de uma forma em que a realiadade cultural, social e econômica da criança seja levada em consideração.
Outro fator relevante diz respeito a avaliação formativa, que se apresenta como mecanismo de diálogo e interação, onde professor e aluno trocam informações e questionamentos acerca de diferentes assunto, proporcionando desde já o desenvolvimento de um potencial crítico na criança, que inicia sua constituição como cidadão.
Esta avaliação ocorrerá diariamente e não apenas em um momento em particular, onde determinados alunos possam não apresentar seus conhecimento de forma clara e específica. Desta forma, se vislumbra uma aprendizagem significativa, onde os conteúdos sejam compreendidos pelas crianças não como imposição, mas sim como auxiliadores para a vida cotidiana.
Devido a isto, a inserção de atividades onde se enfatize a realidade eminente do aluno, como é o caso da utilização de vários gêneros textuais (jornais, livros, gibis, revistas, rótulos etc), é fundamental para o processo de ensino/aprendizado.
Assim, é possível afirmar que o objetivo geral expresso na emente, "compreender os processos de aquisição e desenvolvimento da língua escrita e oral na educação infantil", foi alcançado com ênfase e em sua totalidade.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"A construção da conhecimento sobre a escrita"

A aula do dia 14 de Julho, debateu o texto de Ana Teberosky, "A construção do conhecimento sobre a escrita”, que, na verdade, deu continuidade ao tema discutido na aula anterior, onde se apresenta as diversas formas encontradas pelos infantes para a aquisição da escrita e da leitura.
Neste texto, Teberosky, inicialmente apresenta as diversas hipóteses criadas pelas crianças para a construção da escrita.
1) A criança tenderá a separar desenhos de letras, pois para ela os textos são constituidos por letras e não por desenhos. É o momento em que a criança faz uso dos princípios de quantidade mínima (uma palavras não pode ser escrita com apenas uma letra) e o de variedade interna (as letras não se repetem e há uma certa alternância).
2) Consegue atribuir, usando a imaginação, respostas (verbalmente) a textos que lhes são oferecidos. Elas respondem a pergunta embasadas na “intencionalidade comunicativa” do texto. (Ex: observando uma palavra colada na parede, acredita que está diz exatamente parede).
3) Diferenciação de dois tipos de pergunta: “o que é?” e “o quer diz?”. A partir dos 24 meses, a criança já consegue distinguir uma boneca qualquer, de a boneca qualquer. Assim, é possível notar a sutileza da “hipótese do nome” (tudo o que está escrito é o nome de alguém ou alguma coisa) neste momento para a criança.
4) A criança elabora uma distinção acerca do que está escrito, ou seja, os nomes e do que se pode ler, que para ela seria algo relativo a interpretação elaborada a partir do que está escrito. Segundo Teberosky, este conflito entre estas duas questões se dá devido aos espaços em branco entre as palavras, o que remete as crianças a tentarem encontrar outras categorias de palavras (artigos, preposições, verbos, etc), que não poderão ser nomes, para a "leitura" do texto, mesmo que ainda não atribuam representações gráficas independentes a estas.
5) Outra hipótese está direcionada a questão do que "está escrito" e "o que se pode ler". Para a criança, por não ter consciência da organização e sonoridade gráfica, o significada das palavras dependerá do contexto. Não importa a organização das letras, mas sim o que sua interpretação atribui a esta sentença. Ela não espera e nem depende de todas as transcrições para entender ou compreender a mensagem. Assim, um texto oral para a criança serve para provocar ou sugerir uma emissão oral, mas não expressa a oração por completo.
6) Inicia a “hipótese silábica”, ou seja, a tentativa de encontrar as unidades sonoras que correspondem as letras (descobrimento das sílabas). A criança começa a vivenciar a escrita pré-silábica, silábica e alfabética. (Post anterior a este)
7) A criança consegue reproduzir narrativas verbalmente, como também pode ditá-las aos adultos, fazendo assim uma “representação da linguagem escrita”. Além disso, já distinguem diferentes gêneros textuais. Segundo Teberosky, é o momento em que “precisam fazer um esforço para apropriar-se das estruturas linguísticas e das convenções gráficas utilizadas na escrita”. (p. 58)
8) Ainda não há a compreensão da palavra, por isso, quando escrevem um texto, acabam por escrever tudo junto, pois não compreendem os espaços em branco que se sucedem entre as palavras em um texto. Não conseguem distinguir palavras gráficas de palavras orais.
Por fim, Teberosky, enfatiza que a escrita e a leitura são influenciadas pela fala. Sendo assim, não podem ser observadas nem valorizadas separadamente. Devido a isto torna-se fundamental que a realidade da criança seja levada em consideração durante este processo de assimilação da escrita e da leitura, pois suas falas embasarão seus escritos.
A autora, apresenta a perspectiva construtivista como ponto chave para esta prática, já que esta visa oferecer, uma aprendizagem que releve todo o processo de compreensão da criança, suas hipóteses e soluções, que possibilitarão ao professor não atribuir erro as escritas não convencionais, mais sim observá-las como mais um processo a ser valorizado durante a alfabetização, pois acarretará no indivíduo a curiosidade necessária para a compreensão e assimilação de um novo conhecimento.

OBS: Durante a discussão do texto em aula, refletimos sobre as formas tradicionais de ensino que ainda trabalham a escrita em um nível fonético, onde a criança é "obrigada" a escrever palavras com letras e sílabas que já aprenderam.

A imagem acima retrata bem esta afirmação, pois a criança acaba escrevendo algo sem sentido para ela, já que faz uso apenas de palavras que contenham sílabas que já domina, o que é contrário a perspectiva construtivista, que visa fazer uso de um nível global, onde todas as letras e sílabas podem ser utilizadas, possibilitando ao aluno a construção de frases significativas, independente de que nível esteja.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A escrita e a leitura das crianças segundo Emilia Ferreiro

Na aula do dia 07 de julho de 2009, o texto estudado foi “Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem”, de Emília Ferreiro, que tem como objetivo apresentar os modos de organização que podem caracterizar os níveis sucessivos de conhecimento, ou seja, os diversos níveis pelos quais um indivíduo antes da alfabetização passará. Vale ressaltar que apesar das diferentes questões que envolvem este tema, a autora está voltada apenas a análise da questão da relação entre as partes (sílabas) e o todo (palavras).
O primeiro ponto de discussão apresentado no texto está relacionado a percepção de que as representações alfabéticas da linguagem se sucedessem em certa ordem, já que, inicialmente, as representações são alheias ao indivíduo que tenta relacionar som e escrita; após tornam-se silábicas (com ou sem valor sonoro convencional) e finalmente alfabética, onde o domínio da escrita é “total”.
Desta forma, Ferreiro nos apresenta os quatro níveis para aquisição da escrita:
1) A sílaba é utilizada sem consciência. A criança não possui o dito “saber como”. [Nível da Garatuja]
Ex:


2) A sílaba começa a se evidenciar como indicador (Não há conexão entre sílabas). [Nível pré-silábica]
Ex:



3) A sílaba faz parte desorganizada da palavras. [Nível silábico]
Ex:



4) A sílaba já está ordenada. A palavra é escrita corretamente. [Nível alfabético]
Ex:



Durante estes níveis a criança usa de uma “lógica interna”, (2007, p. 10) para estas organizações, o que simplesmente seria a solução lógica encontrada por ela para a resolução dos problemas de leitura e escrita que se deparam. Assim, a criança inicia o processo de alfabetização. Vejamos um exemplo:
GSU (gatos)


Para escrever “gatos”, no plural a criança criou uma lógica embasada na quantitatividade, ou seja, para cada gato uma letra, o que segundo Ferreiro seria uma “representação analógica” (p. 12).
Apesar de ter uma lógica satisfatória, esta solução vai de encontro com outra hipótese muito importante e poderosa, a “hipótese da quantidade mínima” (p. 12), já que quando o nome a ser escrito estiver direcionado a um único objeto (singular), a criança não utilizará uma única letra para representar uma sequência escrita, já que para ela uma letra não é suficiente para se escrever uma palavra.
Vale ressaltar que no nível ao qual nos referimos, podemos encontrar duas distintas representações para um nome no plural. O indivíduo pode ajustar a quantidade de letrar ao número de objetos ou iniciar a escrita no singular e terminá-la no plural. No entanto, teremos o mesmo princípio em uso, já que quando iniciam uma palavra no plural uma letra basta para representar, porém no singular necessitam de mais de uma, pois de acordo com sua lógica interna não existe palavra composta de uma única letra.
Outra forma da criança representar esta questão das partes e do todo, ocorre quando a criança deixa de utilizar uma letra como sílaba e passa a utilizar duas letras independente de quais sejam, para representar uma determinada sílaba. Entretanto nestas duas questões o indivíduo ainda não tematizou (Piaget) o conhecimento, ou seja, não compreendeu a questão (tomada de consciência). Simplesmente não consegue ler.

A passagem por estes níveis gera conflitos internos na criança que para tematizar terá de conceitualizar algo que parece, num determinado momento, ilógico. Contudo, para isto a criança deverá passar por um tipo de equilibração, ou seja, momento em que ocorre a assimila acerca de algo ou alguma coisa, o que possibilita a busca por mais conhecimento. É propício enfatizar que esta modificação do pensar e compreender são mutáveis de uma criança para outra e que não dependem de classe social, que com seus recursos poderia estar proporcionando a criança um "melhor" desenvolvimento cognitivo.
Com os questionamentos que vão surgindo durante o processo, a criança vai modificando sua “hipótese silábica”, que passa a cumprir outra função, a de controladora da execução. Neste momento é perceptível que o processo de leitura e escrita vai ficando mais complexo para a criança, que agora também utiliza o princípio da “variação interna” (p. 17). As repetições de letras não são mais aceitáveis, porém este princípio não auxilia no problema da participanção destas partes para a constituição do todo.
O princípio de variação aplica-se a dois níveis diferentes: o de escrita sem repetições e ao conjunto de escritas relacionadas. É o momento em que as crianças percebem que não se pode ler coisas diferentes com séries idênticas, o que as levará a buscar diferentes letras para a conclusão da escrita proposta, no entanto, às vezes, estas possuindo um conhecimento restrito as letras do seu nome, podem encontrar dificuldades para a execução da atividade, pois partindo do ponto de vista de que agora uma letra não representará sempre a mesma sílaba, a criança iniciará uma complexa troca de posição das letras que conhece para obtenção de outra palavra:
Ex: Rian - anri - iran
Desta forma, o valor posicional determina a interpretação, já que “qualquer letra pode representar qualquer sílaba” (p.19), o que leva as crianças a encontrarem uma solução interessante para a escrita. Porém esta dedução não a possibilitará compreender o que os outros escrevem, nem a informação que recebe. Mediante esta observação, vários conflitos se apresentam e podem gerar três situações distintas na criança, segundo Piaget: o questionamento é deixado de lado; a criança pode compensá-la localmente; ou ainda pode assimilá-la por completo, sendo válido ressaltar que quando conseguem colocar em prática este última situação (assimilação) abandonam a hipótese silábica e alcançam a nível alfabético.
Ferreiro também enfatiza a questão da interpretação, que se faz presente antes mesmo do ler e escrever, e que se divide em duas razões: primeiro, a percepção de que nenhuma aprendizagem começa do zero e segundo, de que mediante o processo de leitura o leitor recorre a recursos visuais e não-visuais para obter significado. Assim, o que enfatiza que o processo de leitura é um processo de coordenação de informações vindas de diferentes partes e que no final ganham significado expresso linguisticamente.
Para as crianças as letras representam o nome do objeto a qual estão impressas. Assim, o significado do texto depende do contexto. Segundo Ferreiro, a criança cria distinções acerca da interpretação. Já que “ “o que está realmente escrito” em um texto não é considerado “o que pode ser lido”. (p. 68) A criança ao ver uma imagem contendo um pato nadando e a frase “O pato nada”, conseguem apresentar as palavras pato e água, mas não conseguem ler a frase em si. Assim, elas compreendem a imagem mas ainda não são capazes de ler o que está escrito ao lado.
A idéia de interpretação está direcionada a duas idéias, uma externa (o contexto) e outra interna ( as letras representam o nome do objeto). Porém, apesar de imutáveis durante o longo período de alfabetização, a relação entre texto e contexto passam por etapas:
O significado de um texto depende do contexto. Se colocarmos uma figura de girafa e um texto ao lado sem qualquer relação com a imagem, logo a criança dirá que está escrito girafa. Se trocarmos a figura anterior por uma de leão, porém com o mesmo texto, a resposta será “leão”. A criança neste estágio faz associação total a imagem.
Ao se estabelecer uma relação entre o texto e o contexto, o texto será modificado sempre que houver alterações no contexto. Se apresentarmos um figura de girafa com um texto qualquer, a criança responderá girafa, no entanto, se trocarmos a figura e o texto permanecer, está dirá que está escrito girafa, pois tal palavras já representou para ela “girafa” anteriormente. Contudo, vale ressaltar que se misturarmos os cartões a palavra perde o significado atribuído pela criança anteriormente, pois na verdade, esta ainda não lê apenas associa.
As propriedades do texto serão elevadas em consideração Ainda há uma dependência do contexto, porém o texto já consegue modulam interpretação. Nestas primeiras propriedades da escrita serão levadas em consideração as questões quantitativas, ou seja, o número de linhas, quantos segmento escritos, quantidade de letras, ordem da esquerda para a direita. Porém dentro deste processo várias dúvidas podem surgir, o que levará a criança a problematizar questões que para ela ainda não fazem sentido.
Desta forma, com as análises de Ferreiro, é possível notar que a escrita e a leitura da criança precisam ser levada em consideração em todos os níveis, pois na verdade, a criança está fazendo uso de diferentes lógicas para construir seu conhecimento. Assim, cabe a nós professores, levarmos em consideração os diversos processos, valorizando também a realidade da criança e possibilitando a esta um espaço livre de preconceitos contra sua forma de enxergar o processo de escrita e leitura. Além disso, caberá a nós a consciêntização de que o erro neste processo é um instrumento de auxílio para este desenvolvimento cognitivo.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Exercício Reflexivo

Esta postagem tem como objetivo apresentar as respostas das perguntas feitas pelo professor no dia 12 de maio de 2009, onde o intuito era possibilitar a turma uma reflexão acerca da “oralidade e escrita”.
Segundo os autores Fávero, Andrade e Aquino, a atividade conversacional diz respeito a uma ação que se dá através da língua falada quando duas ou mais pessoas estão reunidas e, gradativamente, se alternam em turnos ao relatarem fatos do cotidiano, caracterizando o encontro em simétrico, ou seja, quando todos os participantes tem o mesmo direito de falar ou escolher o assunto a ser debatido, direcionado, desta forma, a conversa e estabelecendo o tempo para tal; e assimétrico, onde ocorreria um privilégio a um interlocutor que além de escolher o assunto também poderá direcioná-lo ou encerrá-lo, o que não significa que outras pessoas não possam intervir na conversa.
Ventola (1979), apresenta um modelo para a organização da conversa, que assim como explicitado é apenas um modelo, um exemplo de como a conversação pode se dar. Sendo assim teremos o tópico ou assunto (ponto central de uma conversa entre os interlocutores); tipo de situação (ocasião em que os interlocutores se deparam para uma conversa no qual, dependendo do que está sendo dito, torna-se necessário também observar as manifestações e gestos da pessoa com quem se fala para que se tenha a total compreensão do assunto.); papéis dos participantes, pois toda conversa tem seu tempo, (seriam as auterações dos turnos, o papel de cada um na conversa [dominador, democrático, etc.]); modo ( o grau de formalidade ou informalidade com o qual os interlocutores se colocam na conversa) e meio do discurso ( o canal utilizada para a comunicação – telefone, internet, face a face etc.).
Outra questão ressaltada diz respeito aos estudos de Dittmann (1979), que entende que para haver diálogo é preciso que haja a particiapação de pelo menos dois interlocutores (interação ou socialização entre os participantes, o que não impossibilita que discordâncias ocorram). Para ele, mais do que isso, “o texto conversacional é criação coletiva e se produz não só interacionalmente, mas também de forma organizada”. Assim, é preciso que a participação e interação, que só serão possível via conhecimentos, apropriações e intimidade acerca dos participantes da conversa, se desenvolva assimetricamente. Além disso, enfatiza a necessidade da ocorrência de pelo menos uma troca de falantes (a troca de turnos entre os interlocutores possibilita, consequentemente, uma troca de idéias); a presença de uma sequência de ações coordenadas (Comunicação em si, onde cada fala complementaria o diálogo mantendo uma coerência); a execução num determinado tempo (a duração em si do assunto, dependendo do grau de familiaridade entre os interlocutores); e o envolvimento numa interação centrada (o que seria o foco assunto).
O texto também nos apresenta a questão dos níveis de estruturação do texto falado, que se dividem em nível local, que consiste em uma conversação que ora se dá por um interlocutor e ora se dá por outro. Enquanto um deles desenvolve sua fala o outro pode vir a interferir de várias maneiras podendo haver momentos de hesitação, sobreposição e assalto ao falar um do outro; e o nível global que seria como se o universo da conversa fosse se ampliando gradativamente conforme os turnos fossem sendo utilizados, o que nos remete as digressões que seriam os desvios de assunto, que posteriormente seriam "esquecidas" e possibilitaria-se a volta ao assunto anterior.
Contudo, tanto o texto escrito quanto o falado necessitam de fatores de coesão e coerência para serem construídos.
A Coesão materializa e faz uma ligação com tudo que for falado. É o mecanismo que dá sequencia, continuidade ao texto. Vejamos os estudos de Fávero (1992, 1999) que se refere aos recursos mais utilizados no que diz respeito a coesão referencial, recorrencial ou sequencial.
Vejamos a coesão referencial. Esta diz respeito a repetição que se refere a alguém ou alguma coisa, também podendo visar dar acesso ao turno, ou seja, literalmente uma continuidade da fala. Já a coesão recorrencial está ligada a repetição de uma mesma frase, e a coesão sequencial diz respeito aos conectores (e, mas, ah...) que possibilitam a continuidade ou o assalto do turno.
No entanto, os textos falados e escritos também necessitam da coerência, ou seja, de um sentido coerênte para a conversa. Ela seria a emergencia de sentido que os interlocutores utilizam para construção da textualidade. Contudo, os segmentos do texto não precisam está conectados, pois a propriedade é daqueles que interagem na conversa, já que o texto não “ganha vida sozinho”. Desta forma, é um mecanismo de troca, de interação mútua, e é por isso , que para que haja entendimento, é preciso que os interlocutores sejam coerêntes em suas falas.
Assim, por a “conversação ser de natureza diferente”, como enfatizado por Fávero, esta precisa ser construída coletivamente o que nos remete a observação de que coerência e coesão de textos escritos e falados devem se dar de modo distinto.
No texto conversacional há a evidencia de quatro elementos básicos para a organização do mesmo: turno, tópico discursivo, marcadores conversacionais e o par sdjacente.
Os turnos seriam os momentos em que um interlocutor está expressando suas idéias, incluindo possibilidade de silêncio. “Em qualquer turno, fala um de cada vez” (p.36), porém pode haver exceções, pois há casos em que um interlocutor pode interromper o outro sem que este tenha terminado seu turno, o que seriam de acordo com Sacks, Schegloff & Jefferson, a ocorrencia de mais de um falante por vez. Além desta propriedade intrínseca nos turnos, os autores ainda apresentam a existencia de uma continuidade, uma seqüência. Para isso é preciso que idéias sejam trocadas entre os participantes, contudo falar um de cada vez é primordial para o entendimento e a coerência dos discussos, deixando claro a presençça das sobreposições de falas citada acima.

Outra questão diz respeito a contínuidade ou descontínuidade da fala, onde dificilmente haverão longas pausas ou sobreposições extensas, pois comumente as falas são breves e diretas, sempre proporcionando uma seqüência lógica do assunto, possibilitando a todos, mesmo aqueles que não fazem parte diretamente da conversa, a compreençao do que se fala, além dos mecanismos de retomada de turnos, onde após uma breve troca de assunto, o retorno ao tópico inicial é normal..
Outro ponto ressaltado relacionada aos turnos é a dificuldade de se prever o tempo de duração de uma conversa, que pode ser curto ou longo dependendo de diversas variáveis, como se as pessoas se conhecem, se há um conhecimento prévio sobre o assunto, etc. O mesmo ocorre como as falas, cada pessoa elabora seu discurso de forma distinta, expressando turnos de única palavra, em sintagma ou sentenças etc. Os autores ainda reforçam que a quantidade de pessoas é ilimitada .
Quando falamos em Tópico discursivo, estamos falando em foco, ou seja, o assunto a ser debatido, a estrutura da conversa. Para isto é preciso se estabelecer em um dado contexto a presença de dois ou mais interlocutores. Nem sempre este tópico está explicito e compreensível a todos, já que pode ser penas um pressuposto. Assim, torna-se necessário um contexto situacional.
O Tópico discursivo tem como propriedades a centração, que seria o contexto, o foco do discurso em si; a organicidade que daria seqüência e a sistematização da conversa; e a delimitação, onde se apresentaria as características da conversa (começo, meio e fim, embora isto nem sempre fique evidente). Vale ressaltar que as marcas dessa delimitação podem ser marcadores conversacionais (elementos que verbalizam a conversa [é, né, uh...])e elementos prosódicos (elementos que demarcam o foco [limitação]).
Outro elemento básico para a organização da atividade conversacional são os marcadores conversacionais que, na verdade, são as marcas que podem se apresentar em recursos prosódicos (de natureza lingüística, porém não verbal [Ex: tom de voz, pausas alongamentos …]), não-lingüísticos (fundamental para interação face a face [Ex: um olhar pode dizer mais que mil palavras]) e verbais que possibilitam uma interação maior com a fala (uhn, viu, sabe?, né, então, etc.) Este último, de acordo com Marcuschi (1987), pode se classificar em: marcador simples (ocorre com uma só palavras); marcador composto (possui um caráter sintagmático [Sendo assim, Assim, Quer dizer...]); marcador oracional (pequenas orações que se apresentam em diversos tempos e modos oracionais [assetivo, indagativo, exclamativo]) e marcador prosódico (ligado a além marcador verbal, porém utilizando recursos prosódicos [pausas, entonação...]).
Por fim, temos o par adjacente que seria uma “dobradinha” necessária para qualquer conversação (pergunta/resposta, pedido/concordância ou recusa, convite/ aceitação ou recusa, etc). Ou seja, seria a organização da conversa. Além disso, o par adjacente pode estabelecer tópicos para a elaboração e funcionalidade da conversa, são eles:
Introdução de tópico: início da conversação, que pode se dar em forma de pegunta, que também será utilizada para introdução de um novo supertópico.
Continuidade de tópico: Perguntas e respostas utilizadas para adquirir mais informações sobre o assunto.
Redirecionamento do tópico: uma forma de retomar a um tópico que se perdeu durante uma conversa.
Mudança de tópico: Deviso ao esgotamento e/ou desinteresse. Mudança de tópico.

OBS: Segundo Fávero, “par adjacente e tópico discursivo estão intimamente relacionados na medida em que a conversação se organiza por meio de tópicos e estes podem se estabelecer através de pares adjacentes”. (p. 50)
Texto: FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C. V. AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6. Ed., São Paulo: Cortez, 2007.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Oi!!!!!!!!!!!!

Na verdade, só passei para dizer um oi, já que a aula do do dia 23 de junho de 2009, deu continuidade ao texto "Práticas de Linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística", de Erik Jacobson. (O qual já foi postado abaixo), e, logo após, deu-se inicio a leitura, em grupo, do primeiro capítulo do texto de Emília Ferrero, "Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem", que se trata da apresentação dos estágios da escrita. Contudo, devido a hora, a turma foi liberada e a leitura ficou como dever de casa (risos). Assim, no próximo post tal assunto será melhor explicitado.


Beijocas e até a próxima postagem.
Rafa

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Práticas de linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística

Já que estamos no mês das festas juninas, onde tudo parece nos remeter a Norte e Nordeste, acredito que o contexto do texto de Erik Jacobson, que trata das práticas de linguagem oral e escrita, onde devido as diversidades culturais e o tamanho quase continental do Brasil, fazem com que pessoas de diferentes regiões se expressem de maneiras distintas. Além de também ressaltar as diferenças de linguagem da família e da escola e o quanto isto pode ser complexo para uma criança, possa ser simplificado por este poema, que possibilitará uma reflexão muito mais cuidadosa de nossa prática como docentes das séries iniciais (e das outras também).

"Oi Meu Amor !
Ti quero ocê
Kinem uma foto bunita prá oíá
Uma frô xerosa prá xerá
Uma boca vermeia pra bejá
Ti quero ocê
Kinem uma bala gostosa pra xupá
Um xocolate crocante pra mordê
Um sorvete de morango pra lambê
Ti quero ocê
Kinem massa de pão pra amassá
Uma bunda linda pra biliscá
Um docinho de leite pra comê
Ti quero ocê
De um jeito quarqué
Do jeito ki ocê quisé
Do jeito ki ocê dexá"

Autor desconhecido

Sim, isto é um texto, não riam.
Este é um texto caipira, escrito como cada uma destas palavras é pronunciada nas regiões norte e nordeste. A escrita ou o jeito de falar destas pessoas nos parece engraçado da mesma forma que a nossa maneira carioca de se expressar também é vista por eles, que muito "zombam" deste nosso chiado contínuo, como se fosse um canal de TV fora do ar. É por isso que as diferenças são eminentes e devem ser respeitadas acima de qualquer coisa. Porém, o que encontramos não só nas ruas e praças, mas também dentro das escolas brasileiras é uma tentativa de imposição de um único modo de falar, que muitas das vezes diz respeito a maneira dominante de se expressar, onde "qualquer manifestação linguística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito linguístico, "errada, feia, estropiada, rudimentar, deficiente", e não é raro a gente ouvir que isso não é português". (BAGNO, Marcos, 2006, p. 40)
Além desta reflexão que ressalta o preconceito linguístico, o que quero propor com este pequeno poema caipira é explicitar uma das ações mais comuns durante um processo de ensino-aprendizagem em uma classe de alfabetização.
Inicialmente, a criança escreve o que fala, caberá ao professor perceber tal atitude, não a considerando um erro mortal, mas sim como um processo de aprendizagem, onde a cada aula o docente deverá mostrar, por exemplo, como a palavra é pronunciada e como é escrita, também podendo utilizar a ludicidade como instrumento.
É preciso fazer com que a criança perceba que a pronuncia das palavras nem sempre saem como são escritas devido as regionalidades e também a rapidez da comunicação, onde, às vezes, ao invez de sair "falando", sai "falano". O gerundismo parece de certa forma, fazer parte do cotidiano, porém não por maldade ou deslecho, mas sim como expressão de uma identidade cultural eminente.
Segundo JACOBSON, "os professores têm de pensar que, para cada indivíduo ou comunidade, a alfabetização funciona como parte de um amplo conjunto de práticas sociais" (p. 92), e mais ainda, que a escola não deve discriminar tais falas, mas sim apresentar uma linguagem formal que possa ser compreendida por um todo. No entanto, vale relembrar que, como explicitado acima, esta linguagem sempre estará ligada a linguagem de uma classe dominante, que a impõe como uma verdade absoluta.
A alfabetização, assim como apresentado pelo mesmo autor, deve ser múltipla, valorizando todas as linguagens possíveis e que tenham significado para seus alunos, possibilitando desta maneira que estes além de aprenderem a ler e escrever tomem consciência de sua cultura e sua identidade dentro de sua sociedade, percebendo desta forma as diversidades existentes e, consequentemente, tornando-se um cidadão crítico e sem preconceitos.
É preciso modificar as metodologias de alfabetização, que quase obrigam nossas crianças a lerem e escreverem sem que isto tenha significado, pois assim como enfatizado por Ana Teberosky e Núbia Ribera, a alfabetização significativa é fundamental para se atingir o objetivo mais do que claro deste processo.
Ler e escrever têm de ser um processo livre, onde todos possam participar ouvindo e expressando suas opiniões, criando assim um indivíduo crítico, reflexivo e tolerante, capaz de respeitar as diversidades e tendo consciência de seu papel social, pois só desta maneira será possível acabar com o preconceito linguístico e tantos outros tão presenta no cotidiano de todos nós.

O vídeo abaixo apresenta muito bem esta diversidade linguística de nosso país e o como tal diversidade é incorporada e/ou também abominada por muitos, além de sintetizar muito bem o que é o preconceito linguístico.




Citei: Vídeo extraído de: http://www.youtube.com/watch?v=iBHMajeluNg
JACOBSON, Eric. Práticas de Linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística. IN: TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta S. et. al. Contextos de alfabetização inical. Trad. Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed, 2004 (p.85 -98)
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. O que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2006.

sábado, 6 de junho de 2009

A importância do incentivo a leitura


Este vídeo me emocionou muito, pois me fez refletir sobre a minha importância como professora para o incentiva a leitura.


Com o vídeo é possível notar que com um trabalho cuidadoso e perseverante o professor é capaz de desenvolver em seu aluno o prazer pelos livros, revistas, jornais e tudo mais que utilizar a escrita como mecanismo de comunicação e entretenimento, possibilitando a este o poder de criação de suas próprias escrituras. Pois assim como enfatizado no texto de Ana Teberosky e Núria Ribera, "Contextos de alfabetização na aula", a criança é capaz de desenvolver textos curtos ou longos, desde que esta viva a leitura e a escrita desde muito cedo, tendo contato com todo tipo de material escrito.


Assim, fica claro que o papel do professor é formar cidadãos críticos e reflexivos, mas que também sintam prazer em escrever e ler, proporcionando, desta forma, novos grandes escritores assim como este menino do vídeo que demonstra com perfeição seu amor por uma menininha.




OBS: Este vídeo é um comercial de TV voltado para a arrecadação de fundos para compra de livros nos EUA. Foi extraído do site http://www.youtube.com/watch?v=ASdHSmNGUoU.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Contextos de alfabetização

A aula do dia 2 de junho deu continuidade ao debate do texto “Contextos de Alfabetização na sala”, de Ana Teberosky e Núria Ribera.
Durante a aula foi enfatizado os diferentes contextos de alfabetização, as diferentes maneiras de apresentar e desenvolver no aluno a consciência da escrita e da leitura. Dentre os contextos citados pelas autoras nos deparamos com a valorização da relação entre ações e objetos, ou seja, a interação com os diversos mecanismos de leitura (livros, revistas, jornais etc), que possibilitam a criança, com a interação diária e com os diferentes recursos escritos, perceber a organização dos textos e também como interagir com estes mecanismos.
Outra questão ressaltada é a utilização das imagens como mecanismos muito úteis para o desenvolvimento do senso crítico nos alunos, pois com uma contextualização, o professor pode desenvolver interpretações acerca da imagem, questionando o seu significado para o texto do qual faz parte ou sobre a situação ressaltada pelo docente.
Também cabe relevar a importância da observação da ação dos adultos pelas crianças, que possibilitam a percepção da escrita em diferentes contextos, já que quando os pais ou professores leem jornais, revistas e livros, por exemplo, despertam nos pequenos o interesse acerca deste processo.
A leitura em voz alta surge como possibilidade de acréscimo de diferentes palavras ao vocabulário da criança, ajudando no desenvolvimento da leitura de futuros textos complexos, além de trabalhar a interpretação de diferentes contextos e desenvolver a criticidade, já que durante uma leitura diversas perguntas podem ser feitas tanto pelos adultos, quanto pelas crianças que são extremamente curiosas e perceptivas, o que nos remete a outro contexto apresentado pelas autoras, que seria a importância do trabalho embasado em perguntar e receber resposta, pois “ensinar a fazer perguntas ajuda na compreensão do que é lido” (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004, p. 66).
A possibilidade da criança escrever em “voz alta”, ou seja, ditando para o professor, é outro ponto relevante, já que possibilita a criança o contato com o estilo formal de linguagem. Durante este processo cabe ao professor ou ao adulto, utilizado como “escribos”, apresentar aspectos gráficos do texto, como pontuação, espaçamento e paginação. Desta forma, assim como apresentado no texto, “as crianças aplicam conhecimentos , resolvem problemas e, sobretudo, aprendem a usar a linguagem formal em atividades significativas de escrita.” (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004,p. 64)
Vale ressaltar que, assim como qualquer conteúdo aplicado nas escolas é preciso que este tenha funcionalidade para os educando, assim o professor pode escrever bilhetes a serem expostos no quadro de aviso, bilhetinhos de carinho para os alunos etc, proporcionado desta forma que a criança perceba o significado e a importância da escrita para a vida cotidiana.
As próprias ações de escrever auxiliam na alfabetização, pois quando a criança é instigada a pensar, esta percebe diferenças da sua percepção para a de outros colegas. É preciso confrontar a criança com sua própria escrita, cabendo ao professor questionar as diferentes escritas propostas pelas crianças acerca de uma única palavra, levando-as a perceber a sonoridade e a grafia das palavras, sílabas e letras.
Por fim, cabe ressaltar que a produção de textos longos deve ser incentivada, já que possibilita ao educando a compreensão de aspectos discursivos e textuais da linguagem, além de valorizar a criança como um ser capaz e motivá-la a desenvolver-se cada vez mais, pois as crianças “são capazes não apenas de reconhecer diferentes tipos de texto, mas também de produzi-los, inclusive antes de dominar a escrita do ponto de vista gráfico. (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004, p. 69)”
Assim, fica claro que a alfabetização possui diferentes caminhos que possibilitam a criança compreender a escrita e a leitura não como uma obrigação escolar , mas como um instrumento fundamental para a vida. Desta forma, esta deve se dá de forma contínua e não como conteúdo programático a ser aplicado e assimilado pelos educandos em um único ano de escolarização.
A alfabetização demanda tempo e paciência e é por isso que é considerado um processo tão complexo para diversos professores.

domingo, 31 de maio de 2009

Avaliação formativa

Quando falamos em educação, quase que instantaneamente, lembramos de avaliação. Processo este que durante muito tempo reduziu o ensino/aprendizado a aprovação ou reprovação.
Atualmente, avaliar ganhou um novo significado, pois passou a valorizar o desenvolvimento diário do aluno e não um momento único, além de perceber e valorizar que cada indivíduo é diferente do outro.
Quantas vezes, vi amigos meus em dia de prova com toda a matéria decorada, pensando que tirariam 10, mas quando recebiam as notas percebiam que toda aquela decoreba não havia ajudado em nada. Também tinha aqueles casos em que o aluno sabia toda a matéia, pois nas aulas sempre participava respondendo as questões, mas quando chegava no hora da prova tirava notas baixíssimas. A verdade é que uma prova ou teste sozinho reduzem o aluno a um momento breve dentro de um processo longo e turbulento.
Assim, surge a avaliação formativa, uma reflexão acerca de um processo irreal que leva os profissionais da educação a valorizarem todos os momentos da aprendizagem, ou seja, um processo que "se consubstancia na perspectiva de envolver professor e alunos no processo de avanço das aprendizagens". (ARAÚJO, Ivanildo Amaro de, p. 3)
Não é mais uma receita pronta a ser seguida, é uma reflexão acerca do que melhor poderia apresentar a turma. Um processo que valoriza a realidade do aluno, possibilitando a este apresentar seus conhecimentos prévios durante o processo de ensino que é contínuo.
Assim "a avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender". (ZACHARIAS, Vera Lúcia Camara)


ARAÚJO, Ivanildo amaro de. Construindo o portfólio eletrônico.
OBS: Na imagem postada, o que se quer ressaltar são as diferenças. Ninguém é igual a ninguém. Porém, muitas das vezes o professor avalia como o melhor da classe aquele que mais se parece com ele. É preciso valorizar as diversidades a todo o momento, principalmete dentro de sala de aula.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Avaliação

Hoje o post tem como objetivo "avaliar" as aulas que aconteceram até o presente momento. Suas relevâncias, seus acréscimos e até os pontos negativos.
Bom, começarei ressaltando as discussões de aula, que foram sim muitíssimo importante para a reflexão acerca do processo de alfabetização de nossas crianças. Todas as discussões giraram entorno da importância da valorização da criança e das questões que lhes são significativas.

Foi possível notar a necessidade de se alfabetizar construindo e não apenas juntando letrinhas desconectas. É preciso motivar o aluno, incentivá-lo a participar, interagir.
Observou-se a relevância do profissional de educação está inteirado com a realidade dos pequenos, trazendo contos de fada, poesias e até notícias de jornal para reflexão e debate, proporcionando desta forma uma questionamento sobre as problemáticas que se apresentam a cada dia.
Fica evidente que a presença da realidade cotidiana no dia-a-dia da escola é fator fundamental para se alcançar o objetivo. É preciso está inteirado, refletindo e participando a realidade da comunidade escolar, já que cada escola é uma escola e cada aluno é um aluno.
Além disso, percebemos a importância da avaliação durante o processo de alfabetização, já que durante este processo uma avaliação quantitativa se apresenta totalmente desnecessária e sem fundamento. Desta forma a avaliação formativa e contínua se adequa melhor a alfabetização permitindo ao professor observar diariamente o crescimento e desenvolvimento de seu aluno, percebendo onde já se alcançou o objetivo e onde se deve repensar o ensino.
Contudo, é preciso fazer algumas ressalvas. Eu, aluna do 10º período, não posso deixar de acrescentar que todos estes conhecimentos já me foram passados, o que me faz, consequentemente, em alguns momentos, me sentir desmotivada a participar e interagir, partindo do pressuposto de que tudo isso já faz parte do meu cotidiano como docente. E é por isso, que, neste momento, me coloco no lugar de uma criança que repetiu de ano e tem que rever tudo novamente sem excessão de nenhum conteúdo.
Este questionamento me fez pensar na questão da reprovação e da aprovação automática. Será que reprovar modifica algo dentro de um processo que parece imutável? Será que a aprovação automática tem sentido?
No caso da reprovação, assim como nos apresenta Hermes José Novakoski, esta "muitas vezes é tida como uma forma de exclusão em nossas escolas", ou seja, ao invés das escolas tirarem as dúvidas dos alunos, esta instituição só impõe medo e angústia. O ensino não passa de um processo de obrigação, onde o mais importante é ser aprovado, o que gera nos educando um olhar negativo sobre a escola, já que esta instituição não é concebida como um espaço de descoberta e aquisição de conhecimento por muitos que fazem parte desta comunidade.
Assim, cria-se uma discussão acerca deste procedimento e, desta forma, instaura-se a aprovação automática que vem embutida dentro do conceito de ciclos.
Neste ano, as escolas do município do Rio de Janeiro voltaram a trabalhar com o processo de aprovação e reprovação, pois como a implantação dos ciclos não funcionou nesta rede, a ideia de aprovação automática caiu como um banho de água fria numa educação que já se encontra precária. O sentimento de revolta tomou conta de todos, pais, professores e alunos. O fracasso da educação tinha encontrado outro carrasco.
Contudo, vale enfatizar que o problema se deu devido a falta de formação e informação dos professores sobre como se daria este processo, que foi apenas inserido sem debate, troca de ideias etc.
Assim voltamos as questões levantadas acima, onde a realidade deve ser levada em consideração e com isto cabe perguntar: Será que a nossa realidade de formandos do 10º período, docentes ativas e com um prazo curtíssimo para a entrega de uma monografia de no mínimo 30 páginas está sendo levado em consideração?
Só sei que apesar dos pesares tento, entre trancos e barrancos, fazer a minha parte.


Beijocas,
Rafa.


OBS: Importante ressaltar que a idéia do blog é incrivelmente maravilhosa, porém no momento atual em que me encontro acaba sendo sufocante e angustiante.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alfabetização significativa

Durante a semana passada ficamos incumbidos de analisar as respostas de nossos colegas de classe sobre o questionário entregue pelo professor . As respostas serão postadas logo, logo aqui no blog. Aguardem!!!!!!
Enfim, a aula do dia 26 de maio de 2009, foi direcionada a reflexão do texto "Contextos de alfabetização na aula", de Ana Teberosky e Núbia Ribera. A discussão girou em torno das orientações construtivistas (Piaget) e socioconstrutivistas (Vygotisky) que enfatizam a necessidade de um ensino embasado nas diversidades da realidade de cada indivíduo.
Estamos falando de uma alfabetização significativa, onde o educando possa aprender de forma interativa e verdadeira, construindo passo a passo um pensamento crítico acerca das diversidades culturais e sociais encontradas em nossa sociedade. Desta forma, é preciso repensar na forma com a educação está acontecendo em nosso país atualmente.
As escolas e, principalmente, professores desmotivados e despreparados embasam seu trabalho docente em uma educação tradicionalista, onde o aluno é encarado como uma tábua rasa, sem nenhum conhecimento prévio.
Segundo Emília Ferrero(1997, p. 47) a "língua escrita deve se converter num objeto de ação e não de contemplação", ou seja, quando a criança se apossa da língua escrita e falada, esta consegue compreender o que se quer dizer, não só armazena ou decorando novos jogos de palavras, o que proporcionaria uma alfabetização qualitativa. Assim, a autora nos apresenta alguns princípios para o alcance de uma alfabetização significativa, são eles:
- Restituir a língua escrita a seu caráter de objeto social;
- Aceitação de que todos podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível;
- Permissão e estimulação a interação com a língua escrita nos mais variados contexto;
- Permissão ao acesso o quanto antes possivel a escrita do nome próprio;
- Não valorização imediata da correção gráfica nem da correção ortográfica.
Tais princípios nos remetem a observação de que de início a criança não deve ser submetida a uma análise profunda de conhecimento acerca da leitura e escrita. Este processo deve estar voltado para interação com leitores e materiais diversificados, o que proporcionará uma assimilação mais eficaz.
É preciso ler para os pequenos, questioná-los sobre o assunto, desequilibrá-los, pois segundo Piaget, a criança precisa passar pelo processo de assimilação e acomodação, o que a levará a aquisição de um novo conhecimento.
No entanto, para que o cotidiano do aluno faça parte da escola, é necessário uma discussão acerca do assunto, levando em consideração a maneira como tais significações serão incluídas dentro do processo de ensino/aprendizagem, e, principalmente, como debatê-las.
Desta forma, é preciso criar inicialmente nos profissionais de educação uma conscientização do que é alfabetização, e como observar os fatos relevantes, valorizando e interagindo de forma crítica com estes.
Visando isto, o texto de Teberosky e Ribera, apresenta ainda a informação como mecanismo importantíssimo para este processo, já que por meio desta será possível descobrir e discutir os temas relevantes, além de está inserida no contexto da criança, o que possibilitará diversas situações para a alfabetização.
Outro ponto relevante diz respeito as diferenças de classe que nem sempre são os principais motivos para o fracasso escolar. É verdade, que em inúmeros casos as famílias são responsáveis por este problemas, porém isto não é o ponto crucial para o fracasso.
Não é porque uma família é pobre, que seus filhos serão analfabetos. A verdade é que o fracasso da alfabetização, não se dá apenas pela falta de incentivo e participação da família ou ainda falta de recurso. O fracasso depende de inúmeros outros pontos para ocorrer e cabe ao profissional de educação refletir acerca destes pontos, os identificando e criando uma solução para a problemática.
O que precisamos é um participação e incentivo maior de todos as partes (família, escola e governo) para a modificação de um processo de segregação e alienação, onde os indivíduos são impossibilitados de pensar e agir, sendo coagidos a acatarem todos os pontos de vista de uma elite opressora.

sábado, 16 de maio de 2009

Oralidade e escrita

Bom, na última terça-feira não pude comparecer a aula devido a uma "colicazinha" insuportável que cisma em me perseguir. Enfim, apesar dos pesares, entrei em contato com minhas ilustríssimas "amiguxas" que me passaram todos os detalhes da aula.
A discussão girou em torno do texto "Oralidade e escrita", de FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE, Maria Lúcia C.V.O. & AQUINO, Zilda G.O.
O texto em si, ressalta várias questões sobre o assunto fala e escrita que só vieram a ser estudas juntas (ou melhor, começaram a ser percebidas como "parceiras") a pouco tempo, com Grimm na Alemanha e com Sweet e Jones na Inglaterra, que passaram a afirmar que a escrita seria derivada da fala.
A linguagem "passa a ser incorporada, nas análises textuais, a observação das condições de produção de cada atividade interacional". (p. 15), o que fez com que a escola passasse a apresentar a seus alunos a variedade de usos da fala, possibilitando a esses perceber as diversidades da língua. Além disso, apresentasse a caracterização da conversação como troca de idéias em um diálogo organizado e interativo, onde dois ou mais interlocutores expõem seus pontos de vista respeitando três elementos fundamentais, como apontado por Schegloff (1981): realização, interação e organização.
Outro ponto ressaltado é a questão dos níveis de estruturação do texto falado, que pode ser de nível local ("a conversação se estabelece por meio de turnos" (p.22), ou seja, cada interlocutor tem seu momento de falar, podendo haver momentos de hesitação, sobreposição e assalto ao falar um do outro. ) e global (possui os mesmos conceitos do nível local, porém contendo digressões, ou seja, desvio de assunto.). Também há uma discussão acerca do texto escrito, onde se apresentam os parágrafos, que seriam "unidades compostas de um ou mais períodos reunidos em torno de idéias estritamente relacionadas" (p. 25), podendo ser classificados em: narrativos, descritivos ou dissertativos.
Por fim, nos deparamos com os conceitos de coesão, que seria as "marcas formais na estrutura linguística, manifestando-se na organização sequencial do texto e sendo percebida na superfície textual em seus aspectos léxico, sintático e semântico". (p.31) e que se subdivide em referencial, recorrencial e sequencial; e coerência "definida como princípio de interpretabilidade do texto, envolvendo fatores de ordem cognitiva, linguística e interacional." (p. 33 e 34). Porém, enfatiza-se que estas duas questões devem ser analisadas de forma distinta em texto falado e em texto escrito, o que possibilitará, num texto conversacional, notar a apresentação de quatro elementos básicos responsáveis pela organização: o turno, tópico discursivo, os marcadores conversacinais e o par adjacente.
Voltando a aula perdida (kkkkk), o professor pediu para que respondêssemos a um questionário sobre o texto que deveria ser enviado ao mesmo até domingo para a elaboração da próxima aula .
Então, até terça!

domingo, 10 de maio de 2009

Incentivando a leitura

Na aula última aula de TAE de Língua Portuguesa, o professor Ivanildo nos incentivou a pensar em atividades que pudessem ser desenvolvidas durante um processo de introdução a leitura e alfabetização, onde os seguintes objetivos estivessem presentes:
* Desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas, compreensão na leitura, interpretação e memorização;
* comparação de textos novos com textos já conhecidos;
* perceber, distinguir e estimular a pronuncia dos sons da língua; (t/d, f/v , p/b, q/g);
* reconhecer a ortografia das palavras.
Durante a aula, muito se foi exposto e discutido com o intuito de fazer com que refletíssimos acerca das diferentes formas de apresentar a leitura e a escrita as crianças de 0 à 6 anos. Porém, o que deve ser ressaltado inicialmente é a necessidade do professor compreender que a leitura existe em diferentes gêneros e tipologias textuais.
Gênero textual é considerado como as diferentes formas de expressão textual, por exemplo, poesia, crônica, contos, prosas etc. Já tipologia textual seria a forma como o texto é estruturado, que pode ser de forma narrativa, dissertativa, descritiva, expositiva, entrevista, injunção e diálogo. O que nos remete a perceber que a estrutura dos textos não são sempre iguais, por isso, a importância de se primeiramente apresentar a crianças as várias formas de se escrever um texto, deixando claro que a exposição de tais conceitos só terá o singelo objetivo de apresentação e não de assimilação do conteúdo.
A utilização de todos esses gêneros e tipologias, no entanto, deve ser abordado de forma interessante e viável para cada turma, pois haverá classes que aprenderão melhor com leituras de contos narrativos, porém também haverá turmas que se identificarão com as leituras de jornais e revistas, o que nos remete a questão da valorização da bagagem cultural de cada indivíduo. No entanto, todos os textos poderão, com a participação do professor que sempre deverá incentivar o debate acerca da realidade dos alunos, trabalhar a leitura como um mecanismo de diversão e reflexão acerca da "moral da história" ou do objetivo central do texto, o que proporcionará a iniciação de um pensar crítico, que futuramente constituirá um cidadão crítico e coerente.
Será por meio destes diverso tipos de textos que as crianças começarão a interagir com sua própria realidade, o que possibilitará uma leitura mais interessante e motivante, pois este terá, de certa forma, argumentos reais para debater o assunto, fazendo com que a alfabetização torne-se cada vez mais significativa para o educando. Por isso, a importância do profissional de educação estar sempre apresentando a seus alunos leituras diversas, como: jornais, revistas, gibis, contos, lendas etc.

Exemplos de atividades a serem desenvolvidas com o intuito de alcançar os objetivos propostos no início do "post".

Atividade: Mural das notícias.
Objetivos: Desenvolvimento da leitura, interpretação e socialização.
Idade: 5 e 6 anos
O professor deve pedir aos alunos que junto aos responsáveis, recortem uma reportagem que mais lhes chamou atenção, seja pela informação ou pela foto - importante ressaltar que a fotografia ou desenho ao lado de um texto pode ser um fator muito importante para a interpretação do mesmo. Assim como citado pelo professor, uma pessoa pode não saber ler perfeitamente inglês, porém observando a fotografia que acompanha a informação e identificando algumas palavras do texto, pode sim compreender o contexto geral da história. No dia seguinte, cada aluno deverá colar sua reportagem em uma folha de papel A4 e escrever seu nome. Após, cada criança apresentará sua notícia informando sobre o tema e o porque da escolha. Em seguida, a professora junto a turma escolherá a reportagem que mais interessou a todos. Esta será lida pela professora e debatida com a participação de todas as crianças. Ao fim, todas as reportagens serão fixadas no mural.

Atividade: Roda de Leitura
Objetivos: Desenvolver a interpretação e reflexão do texto, além da habilidade linguísticas e cognitivas.
Idade: a partir dos 3 anos.
O professor distribui no chão da sala de aula diversos textos. Deste textos as turma deverá em consenso escolher apenas um. (Os textos devem ser pequenos ou médios) Após a escolha, os alunos se sentarão em círculo no chão e escutarão a leitura feita pela professora. (Se a turma já estiver bem avançada com relação a alfabetização, ou seja, alguns alunos já conseguem ler, a turma pode escolher uma das crianças para ler sozinho ou junto com a professora.) É importante ressaltar que a leitura deve ser feita pelo educador de forma pausada e sem mudança de pronúncia. Além disso, é preciso explorar as ilustrações, que proporcionarão uma melhor compreensão e assimilação do texto (crianças adoram figuras). Ao fim da leitura, deverá ser iniciado um debate acerca do assunto exposto no texto. Os alunos também podem fazer desenhos sobre o texto lido e pendurarem no mural da classe como exposição.

"O principal interesse da roda é troca de impressões, idéias
e reflexões entre os participante"(CARVALHO, 2005, p. 23).

Atividade: Dia do giz.
Objetivos: Perceber, distinguir e estimular a pronúncia de alguns sons da nossa língua.
Idade: 5 e 6 anos.
O professor deverá selecionar um texto que contenha nomes de personagens iniciados com letras que possuem sons parecidos (t/d, p/b, f/v). Esta história deverá ser contada em tom normal e sem mudar ou enfatizar a pronúncia de determinadas palavras, no caso os nomes das personagens. Ao fim da leitura, o professor deverá fazer diversas perguntas sobre a história como se fosse uma interpretação de texto, sendo que uma das questões deve ressaltar a sonoridade dos nomes das personagens. Neste momento, o professor deverá conversar com a turma sobre o som das letras e as pronuncias das palavras, fazendo com que os alunos percebam, por exemplo, a diferença do som do V e do F. Após, os alunos receberão um pedaço de giz e terão de escrever o nome das personagens no chão e ao lado de cada um mais algumas palavras que possuam a mesma pronúncia.

OBS: Citei CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. Rio de Janeiro, Ática, 2005.

domingo, 3 de maio de 2009

DICA


O "Guia prático do alfabetizador" é um livrinho de bolsa ou de bolso que nós professores devemos, no mínimo, dar uma olhadinha. Neste livrinho você encontrará diversas dicas de atividades a serem realizadas nas turmas de alfabetização e tirará várias dúvidas que pairam sobre nossas cabeças diariamente.

Espero que curtam.

Beijocas,

Rafa Siqueira

sábado, 2 de maio de 2009

Leitura de mundo

A aula do dia 28/04/2009, nos remeteu a uma reflexão muito propícia. "Alfabetizar. Como fazer um indivíduo ler?"
Sim. Este é um questionamento muito comum entre profissionais da área de educação, já que presenciamos atualmente a era do déficit de aprendizagem.
Paulo Freire durante sua vida, enfatizou algo muito interessante com relação não só a alfabetização, mas, principalmente, a formação de um ser ativo e consciente, que, evidentemente, inicia seu legado a partir dos primeiros instantes de sua vida cotidiana e escolar. O diálogo. E seria por meio deste que a troca de idéias e valores se iniciaria e, desta forma, proporcionaria uma reflexão a cerca de inúmeros problemas ou soluções nos impostos opressivamente, deixando claro que será pelo diálogo o "caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens. Por isso, o diálogo é uma exigência existencial". (FREIRE, 1987, p. 79)
Contudo, para que o diálogo ajudasse na aprendizagem seria necessário incorporar as aulas a realidade (história real) destes indivíduos. O que faria com que a "educação bancária" parece de encher nossos alunos com informações e conhecimentos vazios e alienantes e, consecutivamente, deixasse de existir, implantando agora uma alfabetização interessante e significativa, onde assim como apresentado por Rosineide Sousa (2004, p. 10) se despertasse "o interesse e gosto pela leitura desde o início da alfabetização", já que a leitura e a escrita são o carro chefe deste período escolar.
Porém, hoje, apesar de tantas discussões acerca da alfabetização nos deparamos com um inacreditável índice de analfabetos funcionais em nosso país, onde o indivíduo decodifica letras e sílabas sem as compreender, o que nos remete a outro tema substancial: o letramento. Segundo Magda Soares (1998, p. 39) letramento seria "o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita, e também o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais", ou seja, ler e compreender.
O que ocorre em nossas escolas, no entanto, é exatamente o que Paulo Freire repugnava. A formação de indivíduos alienados e oprimidos, certos de que deveres possuem aos montes, porém direitos nunca possuíram. E é, desta forma, que retornamos a pergunta inicial : "Como alfabetiza?" A verdade é que para alfabetizar, primeiramente o professor deve compreender que seu papel não é o de opressor, mas sim o de informante e questionador, que fará com que seus alunos reflitam acerca de suas realidades e percebam o que é certo ou errado. Após isto, este deverá ter noção dos objetivos da alfabetização e perceber a relevância da leitura e da escrita para a formação de pessoas interessadas e motivadas em aprender cada vez mais, além de entender que a leitura não se inicia dentro da escola, mas sim desde o primeiro momento em que o indivíduo compreende algo, ou seja, que a leitura está em toda parte e não apenas em livros revistas e jornais, mas também em rótulos, desenhos, fotografias etc.
"Para pensar: "Formar crianças, jovens e adultos letrados é dar-lhes instrumentos para obter informações, atualizar-se, lutar por um emprego, conhecer o ponto de vista de pessoas próximas ou distantes, e ainda viver as emoções e aventuras narradas pelos autores de obras literárias". (CARVALHO, 2005, p. 18)
OBS: A foto acima é de Paulo Freire.
OBS2: Citei: CARVALHO, Marlene. Guia prático de alfabetizador. Rio de Janeiro, Ática, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 1998.
SOUSA, Rosineide Magalhães de. Processos iniciais de leitura e escrita. Secretaria de Educação Básica - MEC/SEB, 2004.

domingo, 26 de abril de 2009

Carta de apresentação

Queridos amigos, venho por meio desta carta me apresentar, apesar de muitos já fazerem uma idéia bem clara de quem sou eu.
Me chamo Rafaela e adoro este nome. Já perguntei inúmeras vezes para minha mãe o porque deste, porém a resposta que tenho não é nada criativa (se é que vocês me entendem.). "Escolhi este nome por que era bonito." diz minha mãe. Convenhamos, é bonito mesmo,né!!!???
Pois bem, também adoooooro quando me chamam de Rafa ou Rafinha e até de "Chataela", apelido entitulado a mim por minha ilustríssima amiga Suelen (Susu). Olha, eu não sou chata, só falo além da conta.
Não acredito que falar seja um defeito, mas convenhamos quando a fala é excessiva fica chato, e eu (às vezes) sou assim, tagarela. Mas, apesar de tudo, parece que todos a minha volta gostam de mim (ou será que fingem?kkkkk)
Vivo com meus pais e irmão, que me proporcionam momentos familiares incrivelmente "bipolares". Hoje todos felizes, amanhã, todos querendo matar um ao outro. kkkkkkk
A verdade é que me sinto segura e amada em minha casa com essas pessoas pelas quais daria minha vida.
Desde de pequena, sempre quis ser professora, na verdade, digo que desde que quando ainda era um espermatozoide tinha este sonho.
Se me perguntavam: "Vamos brincar?", eu respondia: "sim, de escolinha". Existiram momentos em que todos me olharam torto e eu tive que ceder e brincar de pique ou sei lá o que. O que não importava, pois quando chegava em casa ia pro quarto, pegava minhas bonecas e brincava sozinha. (Até hoje tem uma senhora na minha rua que diz: "Como essa menina brigava com as bonecas brincando de professora. Essa gostava tanto que hoje é o que sempre quis ser.").
É, hoje eu sou o que sempre quis ser. Isso me emociona, pois penso nas inúmeras vezes que ouvi meus pais, tios, avós etc., dizendo que ser professora não dava dinheiro. Tinha que ser engenheira, médica qualquer coisa menos professora. Eu ouvia, balançava a cabeça em afirmativa, mas na verdade estada dizendo um grande não com toda a força do meu coração.
Me formei em 2003 como uma das melhoras alunas do curso e todo mundo ficou feliz. (O que poderiam fazer? Era o destino.)
No ano seguinte fui trabalhar, e foi aí que descobri que não tinha aprendido "nada" no normal. Como a prática me assustou! A primeira turma foi um jardim II, que continha 25 lindas crianças, sendo que uma valeia por 10. Alexia. (Jesusssss!!!!!!!!). Aquela menina fugia da sala, fugia da escola, eu.......????? Chorava.
Até que meu "instino professora" resolveu tomar conta e fui descobrindo mecanismos que fizeram com que ela gostasse de mim e, consecutivamente, se acalmasse, o que proporcionaria um melhor ensino-aprendizado. Nossa! Quando percebi que ela estava aprendendo, meu coração saltou de alegria e entusiasmo. Eu era, VERDADEIRAMENTE, professora. Mas meu maior desafio ainda estava por vir.
Nos anos seguintes lecionei para uma 2ª série, uma 3ª serie e o C.A. Essa sim uma turminha do barunlho.
Um hiperativo era mole, agora eu tinha 3 com atestado médico e tudo, sendo que os outro não deixavam por menos.
Nossa, como eu chorei! Minhas amigas sofreram, minha mãe sofreu (Atenção: este era um enorme motivo para minha mãe soltar aquela frase: " Isso não vale a pena. Abandona!")
Eu tentava desabafar com todos a minha volta, pedindo auxílio, idéias, suporte. As aulas de Tae de Línga Portuguesa para o ensino fundamental viraram meu divã e a professora Sônia Sandra minha psicóloga.
Hoje percebi que isso se chama crescimento. Sim. Se não tivesse passado por tudo isso, não seria o que sou atualmente.
Agora me sinto confiante, segura, tranquila. Aprendi. Essa é a verdade. Estou no 10 º período (último?será? kkkkkk) carregando uma "bagagem cultural", assim como aprendemos lá no primeiro período com Bourdieu, enorme e recorrente de conhecimentos não apenas teóricos, mas, principalamente, práticos.
E é neste último momento que outros receios e angústias me atingem. Escrever minha monografia (Meu Deus, às vezes me pergunto se serei capaz!) e agora este blog/potfólio proposto pelo professro Ivanildo de Araújo direigente da turma de Tae de Língua Portuguesa destina a educação infantil, onde terei de apresentar minhas ideias e reflexões acerca de tudo o que já aprendi e vivi até hoje, me deixam de cabelo em pé. kkkkkkk
Enfim, espero que daqui a 4 meses (ou mais, não sei.) possa me sentar aqui e continuar a escrever esta historia que ainda, espero, estar muito longe de terminar. Contando como foi a apresentação da monografia, o que o professora achou do blog e o que adquiri de incrivelmente positivo para minha vida particular e profissional.

Beijocas,
Rafa Siqueira

PS: A criança da foto sou eu, Rafa.
PS2: Desculpem pelo tamanho do "post", mas quem fala muito, também escreve muito. kkkkk

domingo, 19 de abril de 2009

Primeira aula.


A primeira aula da turma 6 de Tae de Língua Portuguesa regida pelo professor Ivanildo de Araújo foi um pouco angustiante, e acredito que para ambas as partes (mestre e aprendizes).
É verdade, não podemos generalizar dizendo que toda a turma sentiu um certo receio, medo ou angústia. É necessário deixar claro, desta forma, o porque de nós, alunos do 10º período de Pedagogia da UERJ/FEBF termos ficado tão "assombrados" quando apresentados a nova forma de avaliação "imposta" pelo professor.
Inicialmente, tenho que deixar claro o quanto tal idéia se mostrou criativa e incrível para mim.
Eu, que desenvolvo uma monografia voltada para a área das tecnologias na educação, me surpreendi.
Um blog, atualizado semanalmente, possibilitando ao aluno treinar e aperfeiçoar sua escrita de uma forma inovadora e divertida (sim, criar este blog, pelo menos para mim, foi bastante divertido e empolgante) é sim uma idéia GENIAL. É por isso que tal idéia já tem espaço garantido no meu trabalho de final de curso.
Então, o professor deve estar se perguntando, qual o motivo das carinhas assustadas???
Não acredito que nossas caras tenham sido de assustadas, mas sim de preocupadas, já que temos 2 ou 3 meses para entregarmos uma monografia de no mínimo 30 páginas.

Foi assustador!
Mas com o tempo, em nossas conversinhas paralelas (kkkkkkkk), descobrimos o quão interessante seria trocarmos idéias não apenas entre nós, amigas, mas entre todos os interessados e também com o nosso professor, que consequentemente tem muito mais conhecimento para ampliar nossas discussões.
Desta forma, hoje já não sinto medo, mas sim vontade de escrever e postar novas coisas, apresentados idéias que possam melhorar o ensino-aprendizado.
Então, como se diz na gíria:
- Vamos "blogar" !!!!!!!!!!!!!!!



A cenoura, o Ovo e o Café (Para Refletir)

Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.
Seu pai, um "chef" de cozinha, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Numa ele colocou cenouras, noutra colocou ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo e cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e colocou-as numa tigela. Retirou os ovos e colocou-os em outra tigela. Então pegou o café com uma concha e colocou-o numa xícara. Virando-se para ela, perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café - ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.
Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso. Ela perguntou humildemente:
- O que isto significa, pai?
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.
A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rijo. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a água.
- Qual deles é você? - ele perguntou à sua filha.

E aí? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?

Autor Desconhecido

CHEGUEEEEEI !!!!!!!!


Nossa, pensei que fosse ser mais difícil. Mas que nada, foi fácil, fácil criar este novo mecanismo de comunicação entre amigos e a quem mais interessar.
Bom, hoje acredito que se inicia uma nova jornada em minha vida acadêmica, pelo menos neste último semestre de faculdade (10º período por sinal), pois agora, além de apresentar minhas escrituras, que serão avaliadas pelo professor Ivanildo de Araújo (Tae de Língua Portuguesa), terei de mostrar e enfatizar todos os conhecimentos adquiridos durante estes 4 anos e meio de faculdade e prática profissional em todas as turmas que lecionei.
Quando digo: "sintetizar conhecimentos já assimilados", parece algo difícil, mas não é, pois, na verdade, este sintetizar me proporcionará momentos de reflexão acerca de tudo e todos que passaram por mim nestes anos, fazendo com que eu possa relembrar cada momento de descoberta e crescimento que fizeram com que hoje eu me tornasse a pessoa e a profissional que sou. Questionadora, antenada, destemida e acima de tudo segura.
Assim, neste espaço todos terão a oportunidade de refletir e adquirir novas conhecimentos, além de descobrir atividades que podem ser utilizadas em sala de aula.
Espero que gostem e apreciem (com moderação?! kkkkkk) tudo o que for apresentado neste blog e comentem quando acharem interessante.
Beijocas mil e
BEM VINDOS AO MEU MUNDO DIGITAL!!!
Rafa Siqueira