Enfim, a aula do dia 26 de maio de 2009, foi direcionada a reflexão do texto "Contextos de alfabetização na aula", de Ana Teberosky e Núbia Ribera. A discussão girou em torno das orientações construtivistas (Piaget) e socioconstrutivistas (Vygotisky) que enfatizam a necessidade de um ensino embasado nas diversidades da realidade de cada indivíduo.
Estamos falando de uma alfabetização significativa, onde o educando possa aprender de forma interativa e verdadeira, construindo passo a passo um pensamento crítico acerca das diversidades culturais e sociais encontradas em nossa sociedade. Desta forma, é preciso repensar na forma com a educação está acontecendo em nosso país atualmente.
As escolas e, principalmente, professores desmotivados e despreparados embasam seu trabalho docente em uma educação tradicionalista, onde o aluno é encarado como uma tábua rasa, sem nenhum conhecimento prévio.
Segundo Emília Ferrero(1997, p. 47) a "língua escrita deve se converter num objeto de ação e não de contemplação", ou seja, quando a criança se apossa da língua escrita e falada, esta consegue compreender o que se quer dizer, não só armazena ou decorando novos jogos de palavras, o que proporcionaria uma alfabetização qualitativa. Assim, a autora nos apresenta alguns princípios para o alcance de uma alfabetização significativa, são eles:
- Restituir a língua escrita a seu caráter de objeto social;
- Aceitação de que todos podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível;
- Permissão e estimulação a interação com a língua escrita nos mais variados contexto;
- Permissão ao acesso o quanto antes possivel a escrita do nome próprio;
- Não valorização imediata da correção gráfica nem da correção ortográfica.
Tais princípios nos remetem a observação de que de início a criança não deve ser submetida a uma análise profunda de conhecimento acerca da leitura e escrita. Este processo deve estar voltado para interação com leitores e materiais diversificados, o que proporcionará uma assimilação mais eficaz.
É preciso ler para os pequenos, questioná-los sobre o assunto, desequilibrá-los, pois segundo Piaget, a criança precisa passar pelo processo de assimilação e acomodação, o que a levará a aquisição de um novo conhecimento.
No entanto, para que o cotidiano do aluno faça parte da escola, é necessário uma discussão acerca do assunto, levando em consideração a maneira como tais significações serão incluídas dentro do processo de ensino/aprendizagem, e, principalmente, como debatê-las.
Desta forma, é preciso criar inicialmente nos profissionais de educação uma conscientização do que é alfabetização, e como observar os fatos relevantes, valorizando e interagindo de forma crítica com estes.
Visando isto, o texto de Teberosky e Ribera, apresenta ainda a informação como mecanismo importantíssimo para este processo, já que por meio desta será possível descobrir e discutir os temas relevantes, além de está inserida no contexto da criança, o que possibilitará diversas situações para a alfabetização.
Outro ponto relevante diz respeito as diferenças de classe que nem sempre são os principais motivos para o fracasso escolar. É verdade, que em inúmeros casos as famílias são responsáveis por este problemas, porém isto não é o ponto crucial para o fracasso.
Não é porque uma família é pobre, que seus filhos serão analfabetos. A verdade é que o fracasso da alfabetização, não se dá apenas pela falta de incentivo e participação da família ou ainda falta de recurso. O fracasso depende de inúmeros outros pontos para ocorrer e cabe ao profissional de educação refletir acerca destes pontos, os identificando e criando uma solução para a problemática.
O que precisamos é um participação e incentivo maior de todos as partes (família, escola e governo) para a modificação de um processo de segregação e alienação, onde os indivíduos são impossibilitados de pensar e agir, sendo coagidos a acatarem todos os pontos de vista de uma elite opressora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário