sexta-feira, 29 de maio de 2009

Avaliação

Hoje o post tem como objetivo "avaliar" as aulas que aconteceram até o presente momento. Suas relevâncias, seus acréscimos e até os pontos negativos.
Bom, começarei ressaltando as discussões de aula, que foram sim muitíssimo importante para a reflexão acerca do processo de alfabetização de nossas crianças. Todas as discussões giraram entorno da importância da valorização da criança e das questões que lhes são significativas.

Foi possível notar a necessidade de se alfabetizar construindo e não apenas juntando letrinhas desconectas. É preciso motivar o aluno, incentivá-lo a participar, interagir.
Observou-se a relevância do profissional de educação está inteirado com a realidade dos pequenos, trazendo contos de fada, poesias e até notícias de jornal para reflexão e debate, proporcionando desta forma uma questionamento sobre as problemáticas que se apresentam a cada dia.
Fica evidente que a presença da realidade cotidiana no dia-a-dia da escola é fator fundamental para se alcançar o objetivo. É preciso está inteirado, refletindo e participando a realidade da comunidade escolar, já que cada escola é uma escola e cada aluno é um aluno.
Além disso, percebemos a importância da avaliação durante o processo de alfabetização, já que durante este processo uma avaliação quantitativa se apresenta totalmente desnecessária e sem fundamento. Desta forma a avaliação formativa e contínua se adequa melhor a alfabetização permitindo ao professor observar diariamente o crescimento e desenvolvimento de seu aluno, percebendo onde já se alcançou o objetivo e onde se deve repensar o ensino.
Contudo, é preciso fazer algumas ressalvas. Eu, aluna do 10º período, não posso deixar de acrescentar que todos estes conhecimentos já me foram passados, o que me faz, consequentemente, em alguns momentos, me sentir desmotivada a participar e interagir, partindo do pressuposto de que tudo isso já faz parte do meu cotidiano como docente. E é por isso, que, neste momento, me coloco no lugar de uma criança que repetiu de ano e tem que rever tudo novamente sem excessão de nenhum conteúdo.
Este questionamento me fez pensar na questão da reprovação e da aprovação automática. Será que reprovar modifica algo dentro de um processo que parece imutável? Será que a aprovação automática tem sentido?
No caso da reprovação, assim como nos apresenta Hermes José Novakoski, esta "muitas vezes é tida como uma forma de exclusão em nossas escolas", ou seja, ao invés das escolas tirarem as dúvidas dos alunos, esta instituição só impõe medo e angústia. O ensino não passa de um processo de obrigação, onde o mais importante é ser aprovado, o que gera nos educando um olhar negativo sobre a escola, já que esta instituição não é concebida como um espaço de descoberta e aquisição de conhecimento por muitos que fazem parte desta comunidade.
Assim, cria-se uma discussão acerca deste procedimento e, desta forma, instaura-se a aprovação automática que vem embutida dentro do conceito de ciclos.
Neste ano, as escolas do município do Rio de Janeiro voltaram a trabalhar com o processo de aprovação e reprovação, pois como a implantação dos ciclos não funcionou nesta rede, a ideia de aprovação automática caiu como um banho de água fria numa educação que já se encontra precária. O sentimento de revolta tomou conta de todos, pais, professores e alunos. O fracasso da educação tinha encontrado outro carrasco.
Contudo, vale enfatizar que o problema se deu devido a falta de formação e informação dos professores sobre como se daria este processo, que foi apenas inserido sem debate, troca de ideias etc.
Assim voltamos as questões levantadas acima, onde a realidade deve ser levada em consideração e com isto cabe perguntar: Será que a nossa realidade de formandos do 10º período, docentes ativas e com um prazo curtíssimo para a entrega de uma monografia de no mínimo 30 páginas está sendo levado em consideração?
Só sei que apesar dos pesares tento, entre trancos e barrancos, fazer a minha parte.


Beijocas,
Rafa.


OBS: Importante ressaltar que a idéia do blog é incrivelmente maravilhosa, porém no momento atual em que me encontro acaba sendo sufocante e angustiante.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alfabetização significativa

Durante a semana passada ficamos incumbidos de analisar as respostas de nossos colegas de classe sobre o questionário entregue pelo professor . As respostas serão postadas logo, logo aqui no blog. Aguardem!!!!!!
Enfim, a aula do dia 26 de maio de 2009, foi direcionada a reflexão do texto "Contextos de alfabetização na aula", de Ana Teberosky e Núbia Ribera. A discussão girou em torno das orientações construtivistas (Piaget) e socioconstrutivistas (Vygotisky) que enfatizam a necessidade de um ensino embasado nas diversidades da realidade de cada indivíduo.
Estamos falando de uma alfabetização significativa, onde o educando possa aprender de forma interativa e verdadeira, construindo passo a passo um pensamento crítico acerca das diversidades culturais e sociais encontradas em nossa sociedade. Desta forma, é preciso repensar na forma com a educação está acontecendo em nosso país atualmente.
As escolas e, principalmente, professores desmotivados e despreparados embasam seu trabalho docente em uma educação tradicionalista, onde o aluno é encarado como uma tábua rasa, sem nenhum conhecimento prévio.
Segundo Emília Ferrero(1997, p. 47) a "língua escrita deve se converter num objeto de ação e não de contemplação", ou seja, quando a criança se apossa da língua escrita e falada, esta consegue compreender o que se quer dizer, não só armazena ou decorando novos jogos de palavras, o que proporcionaria uma alfabetização qualitativa. Assim, a autora nos apresenta alguns princípios para o alcance de uma alfabetização significativa, são eles:
- Restituir a língua escrita a seu caráter de objeto social;
- Aceitação de que todos podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível;
- Permissão e estimulação a interação com a língua escrita nos mais variados contexto;
- Permissão ao acesso o quanto antes possivel a escrita do nome próprio;
- Não valorização imediata da correção gráfica nem da correção ortográfica.
Tais princípios nos remetem a observação de que de início a criança não deve ser submetida a uma análise profunda de conhecimento acerca da leitura e escrita. Este processo deve estar voltado para interação com leitores e materiais diversificados, o que proporcionará uma assimilação mais eficaz.
É preciso ler para os pequenos, questioná-los sobre o assunto, desequilibrá-los, pois segundo Piaget, a criança precisa passar pelo processo de assimilação e acomodação, o que a levará a aquisição de um novo conhecimento.
No entanto, para que o cotidiano do aluno faça parte da escola, é necessário uma discussão acerca do assunto, levando em consideração a maneira como tais significações serão incluídas dentro do processo de ensino/aprendizagem, e, principalmente, como debatê-las.
Desta forma, é preciso criar inicialmente nos profissionais de educação uma conscientização do que é alfabetização, e como observar os fatos relevantes, valorizando e interagindo de forma crítica com estes.
Visando isto, o texto de Teberosky e Ribera, apresenta ainda a informação como mecanismo importantíssimo para este processo, já que por meio desta será possível descobrir e discutir os temas relevantes, além de está inserida no contexto da criança, o que possibilitará diversas situações para a alfabetização.
Outro ponto relevante diz respeito as diferenças de classe que nem sempre são os principais motivos para o fracasso escolar. É verdade, que em inúmeros casos as famílias são responsáveis por este problemas, porém isto não é o ponto crucial para o fracasso.
Não é porque uma família é pobre, que seus filhos serão analfabetos. A verdade é que o fracasso da alfabetização, não se dá apenas pela falta de incentivo e participação da família ou ainda falta de recurso. O fracasso depende de inúmeros outros pontos para ocorrer e cabe ao profissional de educação refletir acerca destes pontos, os identificando e criando uma solução para a problemática.
O que precisamos é um participação e incentivo maior de todos as partes (família, escola e governo) para a modificação de um processo de segregação e alienação, onde os indivíduos são impossibilitados de pensar e agir, sendo coagidos a acatarem todos os pontos de vista de uma elite opressora.