
Bom, começarei ressaltando as discussões de aula, que foram sim muitíssimo importante para a reflexão acerca do processo de alfabetização de nossas crianças. Todas as discussões giraram entorno da importância da valorização da criança e das questões que lhes são significativas.
Foi possível notar a necessidade de se alfabetizar construindo e não apenas juntando letrinhas desconectas. É preciso motivar o aluno, incentivá-lo a participar, interagir.
Observou-se a relevância do profissional de educação está inteirado com a realidade dos pequenos, trazendo contos de fada, poesias e até notícias de jornal para reflexão e debate, proporcionando desta forma uma questionamento sobre as problemáticas que se apresentam a cada dia.
Fica evidente que a presença da realidade cotidiana no dia-a-dia da escola é fator fundamental para se alcançar o objetivo. É preciso está inteirado, refletindo e participando a realidade da comunidade escolar, já que cada escola é uma escola e cada aluno é um aluno.
Além disso, percebemos a importância da avaliação durante o processo de alfabetização, já que durante este processo uma avaliação quantitativa se apresenta totalmente desnecessária e sem fundamento. Desta forma a avaliação formativa e contínua se adequa melhor a alfabetização permitindo ao professor observar diariamente o crescimento e desenvolvimento de seu aluno, percebendo onde já se alcançou o objetivo e onde se deve repensar o ensino.
Contudo, é preciso fazer algumas ressalvas. Eu, aluna do 10º período, não posso deixar de acrescentar que todos estes conhecimentos já me foram passados, o que me faz, consequentemente, em alguns momentos, me sentir desmotivada a participar e interagir, partindo do pressuposto de que tudo isso já faz parte do meu cotidiano como docente. E é por isso, que, neste momento, me coloco no lugar de uma criança que repetiu de ano e tem que rever tudo novamente sem excessão de nenhum conteúdo.
Este questionamento me fez pensar na questão da reprovação e da aprovação automática. Será que reprovar modifica algo dentro de um processo que parece imutável? Será que a aprovação automática tem sentido?
No caso da reprovação, assim como nos apresenta Hermes José Novakoski, esta "muitas vezes é tida como uma forma de exclusão em nossas escolas", ou seja, ao invés das escolas tirarem as dúvidas dos alunos, esta instituição só impõe medo e angústia. O ensino não passa de um processo de obrigação, onde o mais importante é ser aprovado, o que gera nos educando um olhar negativo sobre a escola, já que esta instituição não é concebida como um espaço de descoberta e aquisição de conhecimento por muitos que fazem parte desta comunidade.
Assim, cria-se uma discussão acerca deste procedimento e, desta forma, instaura-se a aprovação automática que vem embutida dentro do conceito de ciclos.
Neste ano, as escolas do município do Rio de Janeiro voltaram a trabalhar com o processo de aprovação e reprovação, pois como a implantação dos ciclos não funcionou nesta rede, a ideia de aprovação automática caiu como um banho de água fria numa educação que já se encontra precária. O sentimento de revolta tomou conta de todos, pais, professores e alunos. O fracasso da educação tinha encontrado outro carrasco.
Contudo, vale enfatizar que o problema se deu devido a falta de formação e informação dos professores sobre como se daria este processo, que foi apenas inserido sem debate, troca de ideias etc.
Assim voltamos as questões levantadas acima, onde a realidade deve ser levada em consideração e com isto cabe perguntar: Será que a nossa realidade de formandos do 10º período, docentes ativas e com um prazo curtíssimo para a entrega de uma monografia de no mínimo 30 páginas está sendo levado em consideração?
Só sei que apesar dos pesares tento, entre trancos e barrancos, fazer a minha parte.
Beijocas,
Rafa.
OBS: Importante ressaltar que a idéia do blog é incrivelmente maravilhosa, porém no momento atual em que me encontro acaba sendo sufocante e angustiante.