sábado, 16 de maio de 2009

Oralidade e escrita

Bom, na última terça-feira não pude comparecer a aula devido a uma "colicazinha" insuportável que cisma em me perseguir. Enfim, apesar dos pesares, entrei em contato com minhas ilustríssimas "amiguxas" que me passaram todos os detalhes da aula.
A discussão girou em torno do texto "Oralidade e escrita", de FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE, Maria Lúcia C.V.O. & AQUINO, Zilda G.O.
O texto em si, ressalta várias questões sobre o assunto fala e escrita que só vieram a ser estudas juntas (ou melhor, começaram a ser percebidas como "parceiras") a pouco tempo, com Grimm na Alemanha e com Sweet e Jones na Inglaterra, que passaram a afirmar que a escrita seria derivada da fala.
A linguagem "passa a ser incorporada, nas análises textuais, a observação das condições de produção de cada atividade interacional". (p. 15), o que fez com que a escola passasse a apresentar a seus alunos a variedade de usos da fala, possibilitando a esses perceber as diversidades da língua. Além disso, apresentasse a caracterização da conversação como troca de idéias em um diálogo organizado e interativo, onde dois ou mais interlocutores expõem seus pontos de vista respeitando três elementos fundamentais, como apontado por Schegloff (1981): realização, interação e organização.
Outro ponto ressaltado é a questão dos níveis de estruturação do texto falado, que pode ser de nível local ("a conversação se estabelece por meio de turnos" (p.22), ou seja, cada interlocutor tem seu momento de falar, podendo haver momentos de hesitação, sobreposição e assalto ao falar um do outro. ) e global (possui os mesmos conceitos do nível local, porém contendo digressões, ou seja, desvio de assunto.). Também há uma discussão acerca do texto escrito, onde se apresentam os parágrafos, que seriam "unidades compostas de um ou mais períodos reunidos em torno de idéias estritamente relacionadas" (p. 25), podendo ser classificados em: narrativos, descritivos ou dissertativos.
Por fim, nos deparamos com os conceitos de coesão, que seria as "marcas formais na estrutura linguística, manifestando-se na organização sequencial do texto e sendo percebida na superfície textual em seus aspectos léxico, sintático e semântico". (p.31) e que se subdivide em referencial, recorrencial e sequencial; e coerência "definida como princípio de interpretabilidade do texto, envolvendo fatores de ordem cognitiva, linguística e interacional." (p. 33 e 34). Porém, enfatiza-se que estas duas questões devem ser analisadas de forma distinta em texto falado e em texto escrito, o que possibilitará, num texto conversacional, notar a apresentação de quatro elementos básicos responsáveis pela organização: o turno, tópico discursivo, os marcadores conversacinais e o par adjacente.
Voltando a aula perdida (kkkkk), o professor pediu para que respondêssemos a um questionário sobre o texto que deveria ser enviado ao mesmo até domingo para a elaboração da próxima aula .
Então, até terça!

domingo, 10 de maio de 2009

Incentivando a leitura

Na aula última aula de TAE de Língua Portuguesa, o professor Ivanildo nos incentivou a pensar em atividades que pudessem ser desenvolvidas durante um processo de introdução a leitura e alfabetização, onde os seguintes objetivos estivessem presentes:
* Desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas, compreensão na leitura, interpretação e memorização;
* comparação de textos novos com textos já conhecidos;
* perceber, distinguir e estimular a pronuncia dos sons da língua; (t/d, f/v , p/b, q/g);
* reconhecer a ortografia das palavras.
Durante a aula, muito se foi exposto e discutido com o intuito de fazer com que refletíssimos acerca das diferentes formas de apresentar a leitura e a escrita as crianças de 0 à 6 anos. Porém, o que deve ser ressaltado inicialmente é a necessidade do professor compreender que a leitura existe em diferentes gêneros e tipologias textuais.
Gênero textual é considerado como as diferentes formas de expressão textual, por exemplo, poesia, crônica, contos, prosas etc. Já tipologia textual seria a forma como o texto é estruturado, que pode ser de forma narrativa, dissertativa, descritiva, expositiva, entrevista, injunção e diálogo. O que nos remete a perceber que a estrutura dos textos não são sempre iguais, por isso, a importância de se primeiramente apresentar a crianças as várias formas de se escrever um texto, deixando claro que a exposição de tais conceitos só terá o singelo objetivo de apresentação e não de assimilação do conteúdo.
A utilização de todos esses gêneros e tipologias, no entanto, deve ser abordado de forma interessante e viável para cada turma, pois haverá classes que aprenderão melhor com leituras de contos narrativos, porém também haverá turmas que se identificarão com as leituras de jornais e revistas, o que nos remete a questão da valorização da bagagem cultural de cada indivíduo. No entanto, todos os textos poderão, com a participação do professor que sempre deverá incentivar o debate acerca da realidade dos alunos, trabalhar a leitura como um mecanismo de diversão e reflexão acerca da "moral da história" ou do objetivo central do texto, o que proporcionará a iniciação de um pensar crítico, que futuramente constituirá um cidadão crítico e coerente.
Será por meio destes diverso tipos de textos que as crianças começarão a interagir com sua própria realidade, o que possibilitará uma leitura mais interessante e motivante, pois este terá, de certa forma, argumentos reais para debater o assunto, fazendo com que a alfabetização torne-se cada vez mais significativa para o educando. Por isso, a importância do profissional de educação estar sempre apresentando a seus alunos leituras diversas, como: jornais, revistas, gibis, contos, lendas etc.

Exemplos de atividades a serem desenvolvidas com o intuito de alcançar os objetivos propostos no início do "post".

Atividade: Mural das notícias.
Objetivos: Desenvolvimento da leitura, interpretação e socialização.
Idade: 5 e 6 anos
O professor deve pedir aos alunos que junto aos responsáveis, recortem uma reportagem que mais lhes chamou atenção, seja pela informação ou pela foto - importante ressaltar que a fotografia ou desenho ao lado de um texto pode ser um fator muito importante para a interpretação do mesmo. Assim como citado pelo professor, uma pessoa pode não saber ler perfeitamente inglês, porém observando a fotografia que acompanha a informação e identificando algumas palavras do texto, pode sim compreender o contexto geral da história. No dia seguinte, cada aluno deverá colar sua reportagem em uma folha de papel A4 e escrever seu nome. Após, cada criança apresentará sua notícia informando sobre o tema e o porque da escolha. Em seguida, a professora junto a turma escolherá a reportagem que mais interessou a todos. Esta será lida pela professora e debatida com a participação de todas as crianças. Ao fim, todas as reportagens serão fixadas no mural.

Atividade: Roda de Leitura
Objetivos: Desenvolver a interpretação e reflexão do texto, além da habilidade linguísticas e cognitivas.
Idade: a partir dos 3 anos.
O professor distribui no chão da sala de aula diversos textos. Deste textos as turma deverá em consenso escolher apenas um. (Os textos devem ser pequenos ou médios) Após a escolha, os alunos se sentarão em círculo no chão e escutarão a leitura feita pela professora. (Se a turma já estiver bem avançada com relação a alfabetização, ou seja, alguns alunos já conseguem ler, a turma pode escolher uma das crianças para ler sozinho ou junto com a professora.) É importante ressaltar que a leitura deve ser feita pelo educador de forma pausada e sem mudança de pronúncia. Além disso, é preciso explorar as ilustrações, que proporcionarão uma melhor compreensão e assimilação do texto (crianças adoram figuras). Ao fim da leitura, deverá ser iniciado um debate acerca do assunto exposto no texto. Os alunos também podem fazer desenhos sobre o texto lido e pendurarem no mural da classe como exposição.

"O principal interesse da roda é troca de impressões, idéias
e reflexões entre os participante"(CARVALHO, 2005, p. 23).

Atividade: Dia do giz.
Objetivos: Perceber, distinguir e estimular a pronúncia de alguns sons da nossa língua.
Idade: 5 e 6 anos.
O professor deverá selecionar um texto que contenha nomes de personagens iniciados com letras que possuem sons parecidos (t/d, p/b, f/v). Esta história deverá ser contada em tom normal e sem mudar ou enfatizar a pronúncia de determinadas palavras, no caso os nomes das personagens. Ao fim da leitura, o professor deverá fazer diversas perguntas sobre a história como se fosse uma interpretação de texto, sendo que uma das questões deve ressaltar a sonoridade dos nomes das personagens. Neste momento, o professor deverá conversar com a turma sobre o som das letras e as pronuncias das palavras, fazendo com que os alunos percebam, por exemplo, a diferença do som do V e do F. Após, os alunos receberão um pedaço de giz e terão de escrever o nome das personagens no chão e ao lado de cada um mais algumas palavras que possuam a mesma pronúncia.

OBS: Citei CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. Rio de Janeiro, Ática, 2005.