quarta-feira, 3 de junho de 2009

Contextos de alfabetização

A aula do dia 2 de junho deu continuidade ao debate do texto “Contextos de Alfabetização na sala”, de Ana Teberosky e Núria Ribera.
Durante a aula foi enfatizado os diferentes contextos de alfabetização, as diferentes maneiras de apresentar e desenvolver no aluno a consciência da escrita e da leitura. Dentre os contextos citados pelas autoras nos deparamos com a valorização da relação entre ações e objetos, ou seja, a interação com os diversos mecanismos de leitura (livros, revistas, jornais etc), que possibilitam a criança, com a interação diária e com os diferentes recursos escritos, perceber a organização dos textos e também como interagir com estes mecanismos.
Outra questão ressaltada é a utilização das imagens como mecanismos muito úteis para o desenvolvimento do senso crítico nos alunos, pois com uma contextualização, o professor pode desenvolver interpretações acerca da imagem, questionando o seu significado para o texto do qual faz parte ou sobre a situação ressaltada pelo docente.
Também cabe relevar a importância da observação da ação dos adultos pelas crianças, que possibilitam a percepção da escrita em diferentes contextos, já que quando os pais ou professores leem jornais, revistas e livros, por exemplo, despertam nos pequenos o interesse acerca deste processo.
A leitura em voz alta surge como possibilidade de acréscimo de diferentes palavras ao vocabulário da criança, ajudando no desenvolvimento da leitura de futuros textos complexos, além de trabalhar a interpretação de diferentes contextos e desenvolver a criticidade, já que durante uma leitura diversas perguntas podem ser feitas tanto pelos adultos, quanto pelas crianças que são extremamente curiosas e perceptivas, o que nos remete a outro contexto apresentado pelas autoras, que seria a importância do trabalho embasado em perguntar e receber resposta, pois “ensinar a fazer perguntas ajuda na compreensão do que é lido” (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004, p. 66).
A possibilidade da criança escrever em “voz alta”, ou seja, ditando para o professor, é outro ponto relevante, já que possibilita a criança o contato com o estilo formal de linguagem. Durante este processo cabe ao professor ou ao adulto, utilizado como “escribos”, apresentar aspectos gráficos do texto, como pontuação, espaçamento e paginação. Desta forma, assim como apresentado no texto, “as crianças aplicam conhecimentos , resolvem problemas e, sobretudo, aprendem a usar a linguagem formal em atividades significativas de escrita.” (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004,p. 64)
Vale ressaltar que, assim como qualquer conteúdo aplicado nas escolas é preciso que este tenha funcionalidade para os educando, assim o professor pode escrever bilhetes a serem expostos no quadro de aviso, bilhetinhos de carinho para os alunos etc, proporcionado desta forma que a criança perceba o significado e a importância da escrita para a vida cotidiana.
As próprias ações de escrever auxiliam na alfabetização, pois quando a criança é instigada a pensar, esta percebe diferenças da sua percepção para a de outros colegas. É preciso confrontar a criança com sua própria escrita, cabendo ao professor questionar as diferentes escritas propostas pelas crianças acerca de uma única palavra, levando-as a perceber a sonoridade e a grafia das palavras, sílabas e letras.
Por fim, cabe ressaltar que a produção de textos longos deve ser incentivada, já que possibilita ao educando a compreensão de aspectos discursivos e textuais da linguagem, além de valorizar a criança como um ser capaz e motivá-la a desenvolver-se cada vez mais, pois as crianças “são capazes não apenas de reconhecer diferentes tipos de texto, mas também de produzi-los, inclusive antes de dominar a escrita do ponto de vista gráfico. (TEBEROSKY & NÚRIA, 2004, p. 69)”
Assim, fica claro que a alfabetização possui diferentes caminhos que possibilitam a criança compreender a escrita e a leitura não como uma obrigação escolar , mas como um instrumento fundamental para a vida. Desta forma, esta deve se dá de forma contínua e não como conteúdo programático a ser aplicado e assimilado pelos educandos em um único ano de escolarização.
A alfabetização demanda tempo e paciência e é por isso que é considerado um processo tão complexo para diversos professores.

Um comentário:

  1. A reflexão está bastante coerente! Demonstra a sua leitura do texto e a apreensão de seus principais tópicos abordados pelas autoras. Poderiam ser colocadas algumas relações com a prática cotidiana. Principalmente, o que você observa em sua prática (você atua com educação infantil,não é?). Caso não atue, você pode fazer algumas relações com o que já viu e ouviu sobre estas situações. Inclusive, você pode até colocar sua experiência como aluna!

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